[CRÔNICA] Sinônimos de mulher
- Giovana Costa
- 28 de dez. de 2019
- 2 min de leitura

Trabalhadoras incansáveis, seja no escritório, sustentando os filhos sozinhas, durante os estudos, cuidando de casa, pagando as contas ou lidando com os problemas mais inimagináveis. Encantadoras, intensas, donas de si mesmas. Cada uma com a sua luz especial, com essa facilidade de amar, de ter compaixão, de perdoar, até mesmo de agir como louca quando preciso (ou quando “dá na telha”) e ainda continuam cativando a todos. Como toda Clarice, Ana, Simone, Bertoleza, Frida, Juliana e por aí vai. Todas com as suas personalidades, suas particularidades, com essa "perfeição imperfeita" que é ser mulher.
É na beleza que se encontra uma mulher, mas não aquela instituída pela sociedade como padrão vigente. A beleza citada é aquela de dentro pra fora, que na diversidade se origina e se expande pelos traços de cada uma delas, é a beleza que guia os extintos, que rege os sentimentos. Sentimentos esses que nunca bastam: sutis ou escancarados. Eles se mostram assim, sem pudores ou receio, são extravasados, através dessa transparência feminina que se impõe. São guerreiras, heroínas, revolucionárias. São mais do que o olho pode ver, são reais. As musas inspiradoras dos gregos antigos, as que projetam prédios, as agredidas, as que acordam cedo para trabalhar, as super-heroínas dos quadrinhos, as donas de casa, todas elas mulheres, repletas de detalhes, neuras e donas de uma complexidade fascinante.
Tentam aprisioná-las, assim mesmo como se faz inutilmente com um pássaro em uma gaiola. Querem generalizá-las, vesti-las como desejam, julgá-las por qualquer motivo. O Estado quer ter poder sobre os seus corpos, querem calá-las, padronizá-las. Mas qual o motivo para tomar posse daquilo que por natureza é tão livre e belo por suas singularidades? A verdade é que há algo de muito especial nessa liberdade, nessa voz que não se faz calar, nessa persistência em seguir em frente, de espalhar o amor e a tolerância, de deixar tudo mais vivo e colorido. Por que não retribuir com o mínimo de respeito e dignidade?
Essas singularidades é que fazem de todas tão especiais e as escolhas (como ser ou não ser mãe, viajar pelo mundo, conciliar casa com trabalho, casar ou não, entre outras) são apenas detalhes que envolvem somente a vida de cada uma. Livres para serem o que desejam, para alcançar tudo o que almejam. Sem fórmula ou receita, quer queira ou quer não, é assim entre tantas histórias, todas fortes o suficiente para lutar. Encantamos, inspiramos, cativamos e não há nada que não possamos conquistar.
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